Castigo ou lição?

Quem já não teve medo de ser castigado? 

Acho que todos nós, principalmente quando éramos crianças…

 Aquelas famosas frases:  “quando o seu pai chegar você vai ficar de castigo!”  Ou, “quando a sua mãe chegar, você vai apanhar!”

 Nossa! A gente já sabia quais seriam as cenas dos próximos capítulos, afinal, fazer arte perigosa e escondida dos pais, era uma aventura de risco e adrenalina… e o castigo certamente viria, assim que fôssemos descobertos.

 Os castigos dos pais, são em sua maioria, lições do próprio instinto de pais e da formação da educação e cultura, que foram passadas entre gerações.

 É óbvio que os pais querem criar seus filhos para o bem dentro de bons valores, para que os seus filhos sejam responsáveis e realizados, dentro da sociedade em que vivem.

Mas também, podem haver excessos e abusos nas correções educacionais.

Quando uma mente não é sadia e equilibrada, ela pode não saber até que ponto é uma correção educativa e errar feio, gerando agressividades e traumas.

 Entretanto, independente dos pais, nós também, podemos imputar em nossas vidas castigos bem severos, pela nossa irresponsabilidade e desonestidade.

 Quem já não ouviu falar, que aqui se faz aqui se paga?

 É muito natural que se veja, que quem faz o mal, receba a maldade.  E há quem faça o bem e receba o bem de suas ações.

 Mas você pode me perguntar: Theresa, por que Fulano é tão bom e está passando por esse mal?  Por que Sicrano que é tão mau, mas parece que nada de mal acontece com ele?

  Quanto ao Fulano bom e ao Sicrano ruim, as respostas nem sempre são imediatas para as suas vidas.

 Primeiramente, estamos no mundo onde o mau está no nosso meio. Porém, já fomos advertidos por Jesus, que no mundo teríamos aflições, como também sabemos que um ser humano normal não é insensível com a maldade cometida.

Nas palavras de Jesus também vamos encontrar: Coragem, Eu venci o mundo!

Entre o bem e o mal, nós é que faremos as nossas escolhas.

Uma árvore boa se conhece pelos frutos, se forem bons os pássaros vêm se alimentar e se abrigar.

Entretanto, há quem prefira o mal e goste de semear vento, este em pouco tempo colherá a sua própria tempestade.

Agora, olhando sobre uma outra ótica, numa escala maior, existem coisas que são incompreensíveis aos nossos olhos humanos e que a gente poderia se perguntar: por que isso está acontecendo com a gente?

Aliás, neste momento em que estamos vivendo hoje, em 2021, estamos num segundo ano de pandemia mundial, onde um vírus poderoso, supostamente originado de uma situação surreal e cuja sua nação de origem não lida com as realidades com transparência. Este vírus está nos impondo uma série de restrições, medos, perdas… está causando o caos em todo o mundo.

E como se não bastassem estes problemas, sobra um saldo de incertezas, angústias, mortes, uma politicagem em forma de abusos, desvios de recursos, descasos com a dor alheia.

 Que loucura é essa?

O que estamos fazendo? Ou melhor, o que estamos permitindo fazer?

Acho que nisso tudo, um dos grandes vazios que este saldo deixa para nós é o número de mortes, principalmente daqueles que tinham na bagagem experiência de vida, que tinham consolo nos braços, esperança nos olhos… o porto seguro para os jovens…

Pais e avós partiram na rapidez de um cometa.

Se apagaram sem despedidas, sem cortejos, sem homenagens, sem flores e nem velas.

Por que isso meu Deus?

Castigo doloroso ou lição árdua?

Para nós cristãos, Deus se revelou em Jesus Cristo, não é mesmo?! Que nos deu a conhecer a grande importância da alma.

Com a brevidade da vida humana, é a alma que precisa estar preparada para a vida eterna, a verdadeira morada que nos espera. 

A brevidade e a fragilidade da vida humana nos ensina, que com certeza, não pertencemos a este mundo, independente de ser ter fé ou não em Deus.

Indubitavelmente vamos morrer! É só uma questão de tempo ou sorte/azar pra quem parte cedo.

O “X” da questão é: O que vem depois?

Quanto mais filosofamos sobre a morte e a vida, chega-se a um ponto, de que a vida só tem valor se tiver sentido… e só tem sentido se tiver Deus… tendo Deus, podemos ter esperança no que vem depois.

Para nós cristãos, Deus se importa com a nossa salvação. Ele deseja ardentemente que todos venham para Ele de livre e espontânea vontade, para o caminho que Ele planejou para nós: a vida eterna no céu.

Para ganhar a vida eterna no céu é preciso querer.

Contudo, as tragédias da vida, as perdas, as dores afetivas nos sacodem, nos fazem acordar. 

E é importante que sejamos sacudidos e despertados, porque as zonas de conforto e os prazeres do mundo nos desviam do caminho, nos fazendo apegar a carne, ao mundo, nos iludindo com os valores completamente dissociados da verdade.

O homem não é perfeito, mas Deus é perfeito!

O homem se despoja da sua imperfeição, quando escolhe seguir a perfeição de Deus.

É por amor que somos chamados e escolhidos!

Deus não é vingativo, mas é um Pai amoroso que corrige seus filhos com lições valorosas e salvíficas. Por isso muitas pessoas passam pela dor para se converterem… assim está escrito: 

“PORQUE AQUELE QUE QUISER SALVAR A SUA VIDA, PERDÊ-LA-Á, E QUEM PERDER A SUA VIDA, POR AMOR DE MIM, ACHÁ-LA-Á” (MATEUS 16:25)

Bom, o que trago nesta partilha, talvez não faça sentido pra você, pelo auge da sua dor e seja incompreensível pra você nesse momento, mas o tempo é sempre o nosso melhor remédio. As respostas também se revelam com o tempo, desde que você não se feche, é claro!

Você pode encontrar também, respostas inclusive na vida daqueles que sentem a sua hora de partida…

De repente me lembrei da minha mãe… minha mãe dizer pouco tempo antes de morrer que estava partindo… lembrei de outros parentes… lembrei de amigos dizerem isso dos seus parentes…

De onde vem essa certeza?

Mistérios do mundo espiritual…

Bem, a certeza que fica para mim é que a sabedoria divina nos ensina que não somos do mundo; que aquilo que denominamos castigos, são na verdade grandes lições, e você aprende se quiser.

 Aprendi também, que alguns partem antes do previsto, outros se purificam com a dor e outros deixam exemplos de coragem, mas o essencial, é aprendermos com fé as lições da vida, pois só assim não perderemos o caminho de volta.

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Abraço fraterno, Theresa Calonge