O peso de uma escolha

Fazer escolhas, será sempre um ato continuo em nossas vidas.

Aliás, esse é um princípio básico que nos foi concedido: “Livre arbítrio” (liberdade de escolher).

Quando pequenos, é claro, alguém estará fazendo a escolha por eles, mas a medida em que vão crescendo, o natural é que aprendam, com a maturidade, fazerem as próprias escolhas.

Portanto, o peso das nossas escolhas também incide na vida dos nossos filhos.

 Afinal, construir uma família estruturada requer de nós muita responsabilidade, prudência e sabedoria.

Contudo, hoje, podemos ver em muitas famílias uma fragilização na capacidade de escolher. Podemos perceber que as novas gerações estão um pouco mais confusas…talvez com menos identidade e firmeza.

Mas por que tenho esta impressão?

Sei que é difícil enumerar razões, mas não posso deixar de dizer que houve uma quebra de hierarquia familiar nestas últimas décadas. Seja por uma construção familiar fora dos moldes tradicionais, seja por filhos gerados sem as presenças do pai ou da mãe, talvez por famílias que sofreram rupturas no meio do caminho, ou por pais que se esquivaram de cumprir o papel de educadores, não colocando assim, os devidos limites. E também, devo acrescentar, os pais que elegeram seus trabalhos como prioridade, e se esqueceram que uma presente e boa educação familiar é um grande investimento, talvez o maior.

Muitos pais, com uma boa condição financeira, também delegaram os seus filhos, a educação dos seus para as escolas, ou até mesmo aos funcionários da casa. E assim, se afastaram deste papel de educadores.

A educação familiar é um investimento que dá trabalho e requer a nossa vigilância, portanto não podemos também, deixar os nossos filhos soltos, numa visão moderna, deixando que eles muito cedo, façam escolhas de seus próprios destinos, sem a nossa…assim eu diria, de uma “intervenção apropriada”.

Talvez você possa discordar do meu ponto de vista dizendo: Eles têm que crescer arcando com as consequências das próprias escolhas!

Tudo bem, mas nós temos a nossa história e a nossa maturidade.

A nossa firmeza ou não, é resultado daquilo que recebemos e aprendemos. Esse não é o mesmo contexto dos nossos filhos. Eles não viveram o que nós vivemos.

Quem disse que atirá-los para escolhas importantes, sem a devida orientação vai fazê-los mais fortes, ou fazer com que eles acertem em suas escolhas?

Escolhas erradas podem trazer prejuízos para o resto da vida.

Então, o que precisamos é ensiná-los a fazerem boas escolhas e estarmos presentes para orientá-los em caso de insegurança, ou de uma atitude impensada.

E digo também, que é importante até ensiná-los a ter medos, o que é completamente diferente de ser covarde.

Quando eu receio aquilo que não conheço, e não escolho, porque que sei que aquilo é muito maior do que a minha capacidade estrutural pode suportar, não é sinal de covardia, mas sim de grandeza e sabedoria.

Estar presente não significa escolhermos por eles, mas é como quando aprendemos a dirigir um automóvel, com um instrutor…enquanto não adquirimos experiência e confiança, o instrutor precisa ter em seu alcance um pedal de freios, para evitar uma colisão inesperada.

Outra coisa, não podemos negligenciar e muito menos inverter a pirâmide da hierarquia familiar, do contrário estaremos criando reis sem tronos, tiranos, ou pessoas muito fracas.

Temos que educá-los para serem bons líderes com valores sólidos.

Até no reino animal, numa matilha, só se é líder, o animal que for forte e souber proteger a matilha.

Contudo, acrescento que um indivíduo para ser forte precisa ter fé!

Ele precisa se reconhecer criatura de Deus, e diante de Deus ter humildade.

Como pais, temos que apresentar Deus para os nossos filhos.

Temos que ensinar a importância de uma espiritualidade sadia e profunda.

E isso, testemunho que vamos encontrar no caminho que o Cristo nos ensinou. As mensagens cristãs são profundas, verdadeiras, absolutas…

Um horizonte sem a espiritualidade cristã católica é tão limitado e frágil, quanto a nossa própria vida terrena.

Concluindo, minha partilha e pensamentos, nossas boas escolhas estão intimamente ligadas aos nossos bons exemplos, as orientações que recebemos e a fé no divino, que transcende a nossa capacidade humana.

Como pais, temos que ser oráculos para os nossos filhos, assim como Deus é para nós!

Só assim, eles se tornarão bons líderes e também oráculos para seus filhos.

Abraço fraterno, Theresa Calonge

4 comentários em “O peso de uma escolha

  • Maravilhoso Theresa,
    É importante frizar das dificuldades que os pais estão enfrentando para educar seus filhos, numa época de internet, televisão ,e vários meios de comunicação que estão mostrando uma realidade muito confusa, bem diferente da forma que fomos educados…alguns pais como eu tentamos educar, passar valores e fé, mas muitas vezes nossos filhos não querem ouvir nossas opiniões, ensinamentos e isso é frustrante demais para mães como eu…infelizmente vejo essa nova geração assim…

    • Temos que pedir a intercessão Divina ininterruptamente para sermos luz e bússola para nosso maior patrimônio: nossos filhos muito amados.
      Seu maravilhoso texto corrobora imensamente nossos valores.

  • Achei o texto excelente, educação é um trabalho árduo e diário e para a vida toda. Deus não me deu filhos gerados em mim,mas ajudei na criaçãode vários,e até hoje ajudo. Não ajudei somente os parentes de sangue,mas muitas alunas de ballet que até hoje me enviam mensagens dizendo que carregam meus ensinamentos. Theresa delega exatamente o momento para ajudar a tomar as decisões, elas vão crescendo junto,por isso a importância dos pais ajudando e direcionando. Acho de primeira importância é ensinar o caminho da fé. Vou abreviar,adorei o texto e já enviei para as pessoas que precisam,afinal nunca é tarde para começar a trilhar o caminho do bem!

  • Educar sempre um desafio, em qualquer idade e epoca …. adorei o texto
    Vamos seguindo com Deus nos orientando no melhor caminho e forma de educar

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