“Por quê” ou “para quê”?

 A palavra mais fácil de se aprender quando criança é a palavra “por quê” com conotação de pergunta.

Quantas vezes não ouvimos uma criança perguntar “por quê?” quando lhe foi  negado algo ou quando não compreendeu o significado de alguma coisa?!

 Existe uma grande diferença entre o perguntar por quê e o perguntar para quê. 

O “por quê” soa mais superficial e imediato. Já o “para quê” tem mais profundidade… indica a consequência de determinada ação.

O fato é que podemos crescer com as superficialidades de uma criança, e por isso, muitas vezes paramos nos por quês da vida, nas situações difíceis da vida que não compreendemos… Assim, teimamos em parar nos porquês, pelo motivo de querermos uma resposta imediata.

Desconsideramos que na vida, as respostas não virão com os “por quês” e continuamos a perguntar.

 Voltando ao nosso passado, quantas vezes depois de uma frustração, de uma perda, de uma tristeza profunda, não nos perguntamos por quê eu? Por quê isso aconteceu comigo?

 Assim como a vida tem sentido, muito embora milhares de pessoas estão vivendo como se não tivesse, a conta chega pra todos nós, e essa conta pode ser barata ou cara.

 E quantos não gostariam de fugir quando essa conta chega, não é mesmo?!

 Uns tentam fugir, outros se revoltam e outros querem deixar para que outros paguem. Mas não adianta fugir é preciso enfrentar, porque cedo ou tarde a conta vai chegar.

 Para um bom observador, quando começa a observar a história das pessoas, histórias de vida, pode-se compreender que somos responsáveis por tudo aquilo que fazemos e decidimos. E essa liberdade nos foi dada e está dentro de nós:  Liberdade para decidir.

Muito embora, muitos sistemas políticos tem trabalhado arduamente para subtrair a nossa liberdade, a liberdade que Deus nos deu, o “livre arbítrio”. 

A sabedoria da vida pode ser simples, mas é profunda, pois para tudo o que vivemos há um aprendizado, seja nas lutas, nas perdas, nas tristezas e decepções, mas também nas alegrias e vitórias.

 As coisas começam a fazer sentido de verdade, quando entendemos que a vida não é feita de “por quês” e sim de “para quês”. E os “para quês” da vida não são respondidos de imediato, leva-se meses, anos e talvez até uma vida inteira.

 O importante é não se angustiar com tempo, porque na verdade, é ele mesmo que nos dará as respostas.

 Quando você aceita sua própria limitação humana, quando aceita o tempo de espera e a esperança em Deus, que é o autor de tudo, você consegue viver com mais serenidade e confiança na vida recebida. As angústias deixam de ser sulcos profundos.

De repente me lembrei de um momento difícil na minha vida, quando recebi o diagnóstico de uma doença incurável…

Eu teria tantos “por quês” para indagar a Deus, mas decidi perguntar “‘para quê”….

E eis que a  resposta me foi dada em Atos 1: “Não vos compete saber os tempos e nem os momentos que o Pai fixou sob a sua vontade, mas descerá sobre vós o Espírito Santo que vos dará força e sereis minhas testemunhas até os confins da terra”.

 Meu Deus!!! Não teria a resposta mais acertada para aquele momento. Nossa vida com certeza não é feita de “por quês” mas sim de “para quê”.

 A palavra de Deus nunca volta vazia, ela sempre nos justifica… e o Espírito Santo não me abandonou no momento em que eu mais precisava.

Eu não sei o que você pode estar vivendo agora, mas essa palavra também pode servir para você.

Não se revolte com as situações da vida buscando um “porquê “ou até mesmo um culpado. Mas confie nos “para quês” de Deus e na força do Espírito Santo.

Só Deus pode te dar a vitória e fazer de você uma testemunha da verdade… até os confins da terra…

 Abraço fraterno, Theresa Calonge.